
“Não é impossível ser feliz depois que a gente cresce. É só mais complicado.” Assim, encerra-se o filme “As Melhores Coisas do Mundo”, dirigido competentemente por Laís Bodanzky.
Uma das maiores críticas sobre os filmes brasileiros é o fato de a temática sempre tratar sobre pobreza e violência que vem das periferias. Porém, Laís Bodanzky (O Bicho de Sete Cabeças) inova em seu terceiro longa ao colocar em cena adolescentes de classe média.
O personagem principal é Mano (Francisco Miguez), é um adolescente de 15 anos que não sabe o que quer da vida. E a vida coloca Mano de frente para todos os problemas que vem durante a trajetória rumo à maturidade adulta: a cobrança dos amigos para perder a virgindade, busca por um lugar na sociedade, paixão não correspondida, separação dos pais, homossexualidade, bulling, preconceito, etc.
O script, baseado na série de livros "Mano", de Gilberto Dimenstein e Heloísa Prieto, foi refinado com ajuda de laboratórios de adolescentes que mapearam essa geração e contribuíram com diálogos do seu dia a dia para enriquecer a trama e aproximar-se da realidade do expectador. Vale lembrar que os atores, quase todos sem experiências anteriores, arrasaram nas atuações lançando mão do improviso, como o protagonista, Francisco Miguez, e Daniela Rocha, que interpreta Carol, melhor amiga de Mano. Além, é claro de talentos consagrados como Denise Fraga, Caio Blat, Paulinho Vilhena e celebridades do momento, como Fiuk.
Durante a trama todos os fatos e fofocas ocorridos dentro e fora do colégio são registrados por uma aluna aspirante a jornalista que compartilha tudo com os outros pela internet, através de seu Blog, ao estilo Gossip Girl; além de Pedro (Fiuk) o irmão mais velho de Mano, que é sentimental e reservado, e só compartilha seus sentimentos através de seu Blog. Mas o filme mostra que a informação digital, ainda não se sobressai sobre o gosto de escrever em um diário ou bloquinho de notas com papel e caneta, como no caso de Carol que escreve tudo que está pensando no seu diário pessoal, sem precisar publicar na internet tudo que se passa no colégio, onde a maior parte da trama é rodada.
Interessante é que durante os momentos tensos do filme, sempre há os personagens adultos tentando mostrar os caminhos, demonstrando a importância de se posicionar na vida, e escolher os próprios caminhos, sendo forte e persistente naquilo que se acredita. Em um momento é a mãe compreensiva, em outro o instrutor de violão que se torna confidente, ou o pai que ensina o respeito e a tolerância ao próximo.
Certo é que “As Melhores Coisas do Mundo” vem esclarecer muitas das dúvidas e anseios de jovens adolescentes e ajuda a responder questionamentos dos pais, que devem entender que estamos em outra era, e a forma de se educar os filhos já não é mais a mesma como eles vivenciaram décadas atrás.
Corajosa a escolha do tema, por girar em torno da classe média brasileira, e ser polêmico e suscetível de críticas pesadas por parte de setores da sociedade, como ao abordar a questão da homossexualidade. Mas o filme não pecou em nada, nem na trilha sonora, regrada de Something - The Beatles. PERFEITO.
Engana-se quem está pensando que "As Melhores Coisas do Mundo" é mais um filme "de adolescentes". É, na verdade, SOBRE adolescentes! E está longe da mesmice da miséria e violência registrada nas telas do cinema nacional.
VALE A PENA CONFERIR.
Laís Bodanzky já nos surpreendeu com bixo de sete cabeça, esse novo filme entao. Estou querendo ver, ainda mais depois de ler este artigo. Pelo que eu li, mostra a importancia de se ter o papel dos pais presente na vida dos filhos, pois vejo que estes, estao se distanciando cada vez mais da participaçao e orientaçao da vida dos filhos. Seja pela vida moderna corrida, seja por qualque outro motivo.
ResponderExcluirFica a Dica!
Anotada!
^^